quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Dias & Dias


Existem dias e dias, alguns dias você não precisa acordar, ou mesmo não deveria, alguns dias você apenas passa, não sente, não ama, não dói, não acorda. Existem dias e dias, muitos dias você esta bem, outros dias, bem, em alguns outros dias você apenas está.

Meus olhos percorreram o teto e a tosse me trouxe a tona, eu estava em meu quarto, minha cabeça doía assim como minhas costelas e metade dos meus músculos, seja dos membros ou abdômen. Eu sabia que tinha feito besteira, eu sabia que noite anterior tinha feito besteira, eu sabia que aquela bebida toda tinha um motivo, tentei controlar a tosse e me ajeitei na cama quase sentindo a anseia de vomito vir assim como a falta de ar que já se fazia presente há algum tempo.

Respirei aliviado depois de alguns instantes, meus pulmões se encheram de ar assim como minha cabeça de imagens, a noite anterior se fazia mais presente e um pouco mais embaçada que antes, maldito vinho, malditas lembranças, maldita hora que não havia feito o que deveria. Aquilo era um saco, eu sabia disso, sabia exatamente que eu era o culpado daquilo, sempre fui decidido demais, preconceituoso demais, irredutível demais, isso tudo pra que? Agradar quem não deveria. Aquilo era fato, uma historia embasada em paixonites inventadas e saudades reprimidas, eu era uma farsa, ou não, eu deveria ser feito de momentos, aquilo sim, momentos tristes, alegres e às vezes angustiantes. Aquele era um desses últimos que acabei de falar, talvez por me sentir um lixo tanto mentalmente como fisicamente, eu estava me auto afirmando por um tempo, ou eternamente, isso eu não sabia e, sinceramente, não era numa manha de ressaca que eu iria o fazer.

Meus pés tocaram o chão frio, minha cabeça latejou. – Merda! – Falei num quase sussurro para mim mesmo sentindo mais alguns lembranças virem. Sorri sarcástico tristemente da minha própria desgraça. Ficaria com aquilo durante algum tempo, era tudo que eu precisava para completar meu maldito dia que mal havia começado e eu já rezava para acabar. Eu tinha o direito de estar mau humorado, certo? Eu tinha deixado a chance perfeita escapar diante dos meus dedos, eu e meu maldito medo e temor das coisas darem errado. Revirei os olhos sentindo um gosto ruim na boca, passei as mãos nos cabelos indo ate o banheiro.

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